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Aguardo pelos reencontros

Estou aterrorizada quando devia estar sossegada envolvida nos pensamentos. Vi os seres mais importantes da construção da minha pessoa partir em busca de mais sabedoria, um futuro melhor, um emprego naquilo que gostam.
Estou muito feliz por eles. Por mim não estou nada, porque fiquei. A vê-los. Através de fotos. Em mensagens que troco com poucos, mas fundamentais.
Aqueles que eu não me importo nada de ver e rever, lembrar e relembrar. Os melhores que a vida me deu. Espero também lhes ter dado muito. 
A cada dia que passa, acho que já perco quem está quanto mais quem anda por lá. Por lá, nas asas da Faculdade.
Tenho plena noção que sou um ser melancólico e sentimentalista para pensar e escrever sobre isto. Ainda não sei bem porquê, vivo intensamente as coisas, todos os momentos, todos os dias. Custa-me imenso já não me cruzar com eles no intervalo do Secundário. 
Fiquei para trás por burrice, e ainda hoje não sou capaz de aceitar esse contratempo. Pago muito caro hoje por isso: não os tenho, não os vejo, e muito raramente converso com eles.
Não é por mal de nenhumas das partes. É falta de disponibilidade, medo de incomodar.
Eles precisam de estudar, precisam de estar lá. Eu preciso de continuar aqui, a orgulhar-me deles. Com tudo isto, acho que não passamos de uma paragem.
Os autocarros passam e nós apreciamos, é disso que se faz a vida. De apreciar as coisas mais simples da vida, até ao dia que o autocarro nos leva para outra paragem: o céu.
Enquanto isso não chega, lembrem-se dos amigos. São a imagem do nosso ser.
Nunca se perde tudo nas idas, ficam os excelentes momentos passados, ótimas conversas, grandes sorrisos! Obrigada a vocês, por todos aqueles sorrisos que me deram, e continuam a dar só de os relembrar.
Há quem considere que a vida é uma rosa. Quando floresce, permanece. Quando murcha, morre. A vida é para viver nas rosas, e apreciá-las. Regá-las e despedir-nos. Acho que nunca me despedi em condições de quem devia... Não me despedi, porque não gosto de despedidas e porque não as quero. Perdoem-me por não insistir. Não insisto porque penso que sabem que nunca me vou embora. Devia relembrar-vos disso, eu sei, desculpem... A culpa das saudades é inteiramente minha, porque fui. Não fiz. Não concretizei.
Espero que estejam bem. Vocês, que me passam pela mente todos os dias. Ainda quero reencontrar-vos a vocês todos, muito em breve. Anseio por isso!
Está na vossa hora de voar. É como aos filhotes, mais tarde ou mais cedo, têm de se deixar voar para o seu destino. Vão sempre pertencer à minha vida e principalmente, a mim. Que cá estou. Aqui, orgulhosa.
P.S: Estou à vossa espera na esplanada da esquina. Café e torradas, amor e carinho. Histórias e saudades. Não se atrasem.

Até logo, um beijo eterno.


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