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Inocentes

Recentemente estava a ver a novela 'Mulheres' da tvi e foi inconsciente a forma como reparei numa inocência de uma criança ingênua que define 'Viver feliz para sempre' um sonho.
Pediu à mãe para quando casar com o seu pai que o bolo de noivado fosse um campo de futebol. Referiu também, propositadamente ou não que sua mãe e seu pai vivessem felizes para sempre. Mas quem define a consequência ou não de viver 'para sempre' com alguém
Posso questionar uma coisa, o que andamos aqui a fazer? Procurando o homem que dá luz ao nosso para sempre. Senão é isso, andamos aqui para sofrer e sonhar. Sonhar para sofrer.
Sofremos a sonhar com algo que não vem. Vem aos nossos sonhos, não à simplicidade dos nossos dias. Andamos aqui para mais o quê? Para sermos felizes. Ser ou estarmos felizes? Com nós próprios ou com o mundo que nos rodeia? Ambas as partes estão corretas.
Será que andamos todos aqui à procura do rapaz que desce pelas tranças da rapariga com cabelos enormes,que dá um beijo apaixonante e nunca mais se chateiam. Permanecem sempre unidos. Ou pelo filme que começam por se apaixonar num parte de estacionamento e acabam por ir jantar e trocar chocolates de uma caixa desconhecendo o bombom que lá vai. Mais tarde descobrem-se umas verdades e fica tudo de pernas para o ar. Até que de repente a pessoa volta porque descobre que o companheiro tinha razão, mas quando volta as circunstâncias são outras. Então decidem começar do zero. Num outro restaurante e provavelmente com outro tipo de sobremesa ou chocolates.. E nós? Inconsequentemente vivemos iludidos com um 'para sempre' que costuma ser tema muito alimentado na disney e nos finais dos filmes. Quem somos nós? Ingênuos. A palavra diminui a dor elusiva à época da carência. Começar do zero em que sentido? Cortar uma maça em duas metades depois tirar-lhe a casca e começar o mesmo processo com a outra metade restante? São bastantes perguntas para poucas respostas. São demasiadas as filosofias que passam pela nossa cabeça que nem temos consciência daquelas que são possíveis estarem certas. O errado da perspetiva está naquilo que o ser humano limita como impossível de se alcançar. Mas que fazemos aqui segundo as nossas limitações? Segundo os medos. Desconfia-se mas, acreditando mesmo nisso, o maior medo do ser humano é ser deixado. Que se faz por aqui se o que nos ocorre muitas as vezes é que algum dia seremos deixados? Mais uma questão que provavelmente é habitante assíduo na tua cabeça. Quase um hospede que faz a sua reserva constantemente. Opinando sobre o assunto, andamos aqui por diversão, passo a expressão. Divertindo os outros com piadas insignificantes. Divertindo-nos bebendo em festas, aniversários, despedidas de solteiro, casamentos, etc. Divertimo-nos, apenas. Apreciando aquilo que tem por nome "Vida". Há um desgosto ou outro, assim passageiro, e como assim é, passa. Só não é 'passageiro' aquilo que gostaríamos que fosse... Este pensamento avassalador. Nada diminui a dor quando se sente. Mas pior é quando nada interrompe o pensamento que mói este nosso coração. Mói, corrói, massacra qualquer ser. Andamos aqui de passagem. Passagem essa que algum dia irá acabar, tal como essa dor, tal como esse pensamento. Mas antes de acabar tudo isto, vai doendo, vai moendo, e vai cansando de tanto pensar. Vai tirando o sono, vai causando insônias. Mas, enquanto esta passagem não acabar, felizmente, ocupa a mente com algo positivo da situação. Aproveita para rir do quão 'parvinha/o' consegues ser ao pensares e agires dessa forma: Afastando-te das pessoas só porque dói. Perdendo a vontade de rir. Para se rir é preciso ter um palhaço em casa? Julgo que não, mas se for preciso, envia uma carta e aluga o circo na morada da tua casa. Pode ser que assim, o riso seja constante e inalterável. Agora, desfruta do hoje, faz planos para amanhã, se assim quiseres, mas acima de tudo, sê capaz de usufruir daquilo que a passagem te tem proporcionado. Caso não consigas, manda uma pedra ao mar e vê se ela volta. Se não voltar é um exemplo do que te acontecerá também a ti. Não voltará a pedra que lançaste ao mar, embora esperes por isso, não vai. Acontecerá a ti, o seguinte: Quereres voltar atrás quando já perdeste o mapa. Não sabes o caminho de volta. E se reclamas às vezes quando os teus irmãos não te compreendem ou não percebem que estás ocupada com as tuas 'cenas' lembra-te, a passagem deles também acaba... E se a tua ainda é longa, aproveita a duração que ainda tem, desfruta das alegrias que ainda virão. Se não vierem, é mesmo caso para alugares o circo ou então visitares um ;) Ri um pouco, pois o que ninguém se irá cansar é de rir, mesmo que a barriga doa, não cansa sentir alegria.

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